cigarettes and coffe.

Toda vez que vejo um trem, tenho vontade de chorar. Trens... me lembram uma velha história, meu filho...

Era verão. Mais ou menos 1962. Eu, já era um rapaz. Estava esperando o trem, para visitar minha mãe.

Meu pai, foi morto durante a guerra. Era um homem de poucas palavras, muito esperto.

Antes de ir me falou a seguinte frase: "nunca deixe ninguém te ameaçar, e proteja sua família muito bem!"

Naquele dia, eu carregava a arma do meu pai. Nunca havia tirado ela da gaveta, mas alguma coisa aqui dentro falou pra mim pega-la.

Nossa, como aquele trem demorava! me lembro como se fosse ontem.

Foi então que eu vi esse rapaz. Ele era todo sujo, tinha um jeito juvenil... não pereci ser boa pessoa. Ele veio na minha direção e quando foi tirar um objeto do seu bolso...

Eu fiquei desesperado. Mas acho que só fiquei assim pois sabia que eu tinha uma arma, e que aquele rapaz também poderia ter.

Quando eu era pequeno, minha mãe costumava dizer "meu filho, nunca brinque com armas de fogo". Mas aquele rapaz me deixou confuso.

Então eu atirei, e fiquei assistindo ele morrer.

Então aquele rapaz, tinha apenas uns 15 anos, e sua arma era de brinquedo.

Naquele momento me senti mais jovem do que ele. Pois quando o trem finalmente passou, eu abaixei a cabeça e chorei.

Hoje eu tomo café  fumando cigarros. A vida é injusta, meu filho. 

Mas sempre que vejo um trem... eu abaixo a cabeça e choro.

Uma versão muito ruim do Blues da Prisão de Folsom.